Catarina de Aragão
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Catarina de Aragão
Bom pessoal, um dos assuntos me mais me intrigam sobre a primeira esposa de Henrique se funde na evidência
dela ter ou não consumado seu casamento com Arthur, príncipe de Gales!
Eu ja tenho minha opinião formada, mas eu queria ouvir o que vocês pensam a respeito primeiro para depois me posicionar!
Acredito que ela e Ana foram as duas esposas mais injustiçadas na mão do rei Henrique.
Enfim.... esclareçam seus respectivos pontos de vista!
Grande Abraço a todos!
dela ter ou não consumado seu casamento com Arthur, príncipe de Gales!
Eu ja tenho minha opinião formada, mas eu queria ouvir o que vocês pensam a respeito primeiro para depois me posicionar!
Acredito que ela e Ana foram as duas esposas mais injustiçadas na mão do rei Henrique.
Enfim.... esclareçam seus respectivos pontos de vista!
Grande Abraço a todos!
Última edição por Renato Drummond em Dom Jun 12, 2011 9:09 pm, editado 1 vez(es)
Re: Catarina de Aragão
Bom, antes eu acreditava que Catarina não tinha dormido com Artur, mas depois de ler o livro a Princesa Leal, minha convicções ficaram um pouco abaladas. Relatos da época dizem que eles se davam muito bem, e eu acho que eles poderiam sim, terem dormido juntos. Catarina ficou vários "exilada", já que após a morte de Artur, seu destino ficou nas mãos do rei Henrique VII e mais tarde nas mãos de Henrique VIII. Alguns argumentam que por ela ser uma católica extremamente devota, ela não poderia conviver com uma mentira dessas, e também dizem que a saúde de Artur era muito frágil, e que talvez eles não poderiam ter dormido.
Bom, quanto mais eu penso, mais controvérsia eu acho, mas eu acredito que sim. Até porque, na manhã após as núpcias, Artur disse que "estivera no meio da Espanha", na noite anterior.
Bom, quanto mais eu penso, mais controvérsia eu acho, mas eu acredito que sim. Até porque, na manhã após as núpcias, Artur disse que "estivera no meio da Espanha", na noite anterior.
Nãooo!
Eu acredito que ela não dormiu com Artur.
Ele deve ter falado aquilo se vangloriando... era um adolescente
Ela era uma princesa de sangue real dos dois lados, altamente educada, politizada e católica, acredito que ela não mentiria e não levaria até o fim a história de que era virgem. Mentir, levantar falso da palavra do rei, tudo isso era pecado mortal, ela não faria isso, católica e principalmente correta como ela era. E também já li que era bastante comum que acontecessem casamentos só no papel, para depois que os noivos estivessem "bem formados", o casamento ser consumado, acredito que foi isso que aconteceu, mas não houve tempo para a consumação.
Acho que a consiciência de Catarina estava limpa, e mesmo parecendo contradição, acho que a de Henrique também estava; ele realmente queria Ana, e a questão do casamento dele com Catarina ser inválido sob as leis de Deus veio a calhar no momento certo, mas na cabeça dele, de fato, ele estava comentendo pecado, afinal, tinha a prova de um casamento de 20 anos sem filhos homens e as escrituras sagradas corroborando isso. Ele apenas uniu o útil ao agradável.
Também acho que ela e Ana foram as esposas mais injustiçadas.
Ele deve ter falado aquilo se vangloriando... era um adolescente
Ela era uma princesa de sangue real dos dois lados, altamente educada, politizada e católica, acredito que ela não mentiria e não levaria até o fim a história de que era virgem. Mentir, levantar falso da palavra do rei, tudo isso era pecado mortal, ela não faria isso, católica e principalmente correta como ela era. E também já li que era bastante comum que acontecessem casamentos só no papel, para depois que os noivos estivessem "bem formados", o casamento ser consumado, acredito que foi isso que aconteceu, mas não houve tempo para a consumação.
Acho que a consiciência de Catarina estava limpa, e mesmo parecendo contradição, acho que a de Henrique também estava; ele realmente queria Ana, e a questão do casamento dele com Catarina ser inválido sob as leis de Deus veio a calhar no momento certo, mas na cabeça dele, de fato, ele estava comentendo pecado, afinal, tinha a prova de um casamento de 20 anos sem filhos homens e as escrituras sagradas corroborando isso. Ele apenas uniu o útil ao agradável.
Também acho que ela e Ana foram as esposas mais injustiçadas.
manah_almeida- Mensagens : 39
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Tenho dúvidas!
Oi gente!!!
Sinceramente eu tenho minhas dúvidas.. tem horas que acho que o casamento da Catarina com Artur foi consumado sim, mas tem outras horas que não.. o post da nossa amiga Manah tem boas justificativas, e outra, o Artur era doente, a Catarina católica fervorosa... será que ela mentiria????
Com certeza Ana e Catarina foram as mais injustiçadas!!!!
Sinceramente eu tenho minhas dúvidas.. tem horas que acho que o casamento da Catarina com Artur foi consumado sim, mas tem outras horas que não.. o post da nossa amiga Manah tem boas justificativas, e outra, o Artur era doente, a Catarina católica fervorosa... será que ela mentiria????
Com certeza Ana e Catarina foram as mais injustiçadas!!!!
Juliana- Mensagens : 3
Data de inscrição : 07/06/2011
Re: Catarina de Aragão
É realmente uma situação bastante controversa.
Não existiu nenhuma prova concreta como por exemplo um lençol sujo de sangue provando a consumação, um relatório ou algo do gênero no dia seguinte em que a corte levou o casal para se deitar na cama após a cerimônia. E, o comentário sobre a ida de Artur à Espanha não se sabe se realmente foi feito por ele, foi, não me lembro se o próprio funcionário ou o filho de um, que esteve na comitiva do casal que disse que Artur comentou isso após a noite passada com Catarina já na época do divórcio, inclusive no livro da Antonia Fraser fala-se sobre isso. Uma fofoca como essa, levantada a essa altura e nessa situação, seria bem oportuna para Henrique que não estava conseguindo razões lógicas segundo as leis canônicas para se separar. E, como a Germana disse, Catarina era religiosa demais para ferir tantos princípios católicos ao mentir tão gravemente e sustentar a possível mentira.
Mesmo Artur tendo escrito uma carta em 30 de novembro de 1501, dizendo a seus sogros ("To the most serene and most powerful Princes,Ferdinand and Isabella, &c.") que iria ser um marido amável, ainda sim é difícil... pois naquela época o matrimônio entre a realeza na maioria das vezes nada mais era do que parte de um jogo político e acordos.
O meu lado "historiadora" acredita que não se consumou, mas meu lado "pessoal" prefere acreditar em algo parecido com a trama desenvolvida por Phillipa Gregory no livro a Princesa Leal. Seria realmente muito romântico e bonito. Mas independente de qual seja a verdade Catarina foi uma mulher corajosa e forte.
Não existiu nenhuma prova concreta como por exemplo um lençol sujo de sangue provando a consumação, um relatório ou algo do gênero no dia seguinte em que a corte levou o casal para se deitar na cama após a cerimônia. E, o comentário sobre a ida de Artur à Espanha não se sabe se realmente foi feito por ele, foi, não me lembro se o próprio funcionário ou o filho de um, que esteve na comitiva do casal que disse que Artur comentou isso após a noite passada com Catarina já na época do divórcio, inclusive no livro da Antonia Fraser fala-se sobre isso. Uma fofoca como essa, levantada a essa altura e nessa situação, seria bem oportuna para Henrique que não estava conseguindo razões lógicas segundo as leis canônicas para se separar. E, como a Germana disse, Catarina era religiosa demais para ferir tantos princípios católicos ao mentir tão gravemente e sustentar a possível mentira.
Mesmo Artur tendo escrito uma carta em 30 de novembro de 1501, dizendo a seus sogros ("To the most serene and most powerful Princes,Ferdinand and Isabella, &c.") que iria ser um marido amável, ainda sim é difícil... pois naquela época o matrimônio entre a realeza na maioria das vezes nada mais era do que parte de um jogo político e acordos.
O meu lado "historiadora" acredita que não se consumou, mas meu lado "pessoal" prefere acreditar em algo parecido com a trama desenvolvida por Phillipa Gregory no livro a Princesa Leal. Seria realmente muito romântico e bonito. Mas independente de qual seja a verdade Catarina foi uma mulher corajosa e forte.
Re: Catarina de Aragão
Oi Luiza, agora fiquei curiosa! Você falou isso:
"O meu lado "historiadora" acredita que não se consumou, mas meu lado "pessoal" prefere acreditar em algo parecido com a trama desenvolvida por Phillipa Gregory no livro a Princesa Leal. Seria realmente muito romântico e bonito."
Eu não li essa livro da Phillipa Gregory, você poderia fazer um resumo?
Também concordo com você a respeito de Catarina, ela foi um símbolo de coragem, perseverança e bravura, aliás, de retidão. É engraçado que adoro Ana, mas também adoro Catarina, e a medida que ia lendo e vendo coisas sobre a dinastia Tudor, várias vezes me sentia dividida entre as duas, ora apoiando uma, ora a outra.
"O meu lado "historiadora" acredita que não se consumou, mas meu lado "pessoal" prefere acreditar em algo parecido com a trama desenvolvida por Phillipa Gregory no livro a Princesa Leal. Seria realmente muito romântico e bonito."
Eu não li essa livro da Phillipa Gregory, você poderia fazer um resumo?
Também concordo com você a respeito de Catarina, ela foi um símbolo de coragem, perseverança e bravura, aliás, de retidão. É engraçado que adoro Ana, mas também adoro Catarina, e a medida que ia lendo e vendo coisas sobre a dinastia Tudor, várias vezes me sentia dividida entre as duas, ora apoiando uma, ora a outra.
manah_almeida- Mensagens : 39
Data de inscrição : 06/06/2011
Idade : 39
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Re: Catarina de Aragão
O livro conta a juventude de Catarina, mas foca-se principalmente, no decorrer da história, na lacuna acerca da questão do casamento, a consumação e tals... e depois na influência de Catarina no governo de Henrique.
Na trama Catarina e Artur acabam se apaixonando e, como as visitas noturnas ao quarto eram controladas e tinham caráter oficial, passam a se encontrar escondido, transformando uma relação no que seria superficial pela natureza do matrimônio deles. Aí tem a parte do livro que conta sobre as noites deles... descrições de Catarina sobre a Espanha, Granada, Alhambra... as histórias sobre a mãe dela guiando o exército durante a Reconquista e até mesmo planos dos dois para governaram juntos a Inglaterra, pois ele passa a confiar muito no tino e na força de Catarina para a admnistração e estratégias.
Quando ele contrai a doença, em seu leito de morte, pede a ela que cumpra uma promessa, a de ser rainha da Inglaterra mesmo com a morte dele, para não deixar o reino na mão do seu irmão mais novo, Henrique, de quem ele não gostava e julgava uma criança mimada, egoísta e inconsequente. E ele morre, Catarina passa a então ter a responsabilidade de cumprir o último pedido do seu amado e passa por todas as provações possíveis até se casar com Henrique.
Tem mais coisa também, mas aí eu vou acabar me empolgando e contando o livro todo. É muito bom!
Achei ele na Biblioteca São Paulo no Carandiru e li lá, depois comprei e li mais 3 vezes HAEHUEAAIUHEHUEAHUEAU
Na trama Catarina e Artur acabam se apaixonando e, como as visitas noturnas ao quarto eram controladas e tinham caráter oficial, passam a se encontrar escondido, transformando uma relação no que seria superficial pela natureza do matrimônio deles. Aí tem a parte do livro que conta sobre as noites deles... descrições de Catarina sobre a Espanha, Granada, Alhambra... as histórias sobre a mãe dela guiando o exército durante a Reconquista e até mesmo planos dos dois para governaram juntos a Inglaterra, pois ele passa a confiar muito no tino e na força de Catarina para a admnistração e estratégias.
Quando ele contrai a doença, em seu leito de morte, pede a ela que cumpra uma promessa, a de ser rainha da Inglaterra mesmo com a morte dele, para não deixar o reino na mão do seu irmão mais novo, Henrique, de quem ele não gostava e julgava uma criança mimada, egoísta e inconsequente. E ele morre, Catarina passa a então ter a responsabilidade de cumprir o último pedido do seu amado e passa por todas as provações possíveis até se casar com Henrique.
Tem mais coisa também, mas aí eu vou acabar me empolgando e contando o livro todo. É muito bom!
Achei ele na Biblioteca São Paulo no Carandiru e li lá, depois comprei e li mais 3 vezes HAEHUEAAIUHEHUEAHUEAU
Re: Catarina de Aragão
Renato Drummond escreveu:Bom pessoal, um dos assuntos me mais me intrigam sobre a primeira esposa de Henrique se funde na evidência
dela ter ou não consumado seu casamento com Arthur, príncipe de Gales!
Eu ja tenho minha opinião formada, mas eu queria ouvir o que vocês pensam a respeito primeiro para depois me posicionar!
Acredito que ela e Ana foram as duas esposas mais injustiçadas na mão do rei Henrique.
Enfim.... esclareçam seus respectivos pontos de vista!
Grande Abraço a todos!
E qual é a sua opinião Renato?
Abraços!
Re: Catarina de Aragão
Ahhh, fiquei com vontade de ler agora Luiza! Super romântico!
E realmente é uma teoria bem legal, bem interessante e até plausível. Uma promessa, feita no leito de morte a um marido, que teoricamente era seu "dono" após o casamento, e ainda mais apaixonada! Owww...
Masssss, ainda continuo com a ideia de que ela era virgem mesmo.
Sim Renato, já apresentamos aqui nossas visões, qual a sua?
Também pode ser como a Luiza colocou, se você estiver ainda em dúvida, sua visão como historiado e como pessoa/leitor mesmo.
Beijos a todos!
P.S. Já estou amando isso aqui, o forum!
E realmente é uma teoria bem legal, bem interessante e até plausível. Uma promessa, feita no leito de morte a um marido, que teoricamente era seu "dono" após o casamento, e ainda mais apaixonada! Owww...
Masssss, ainda continuo com a ideia de que ela era virgem mesmo.
Sim Renato, já apresentamos aqui nossas visões, qual a sua?
Também pode ser como a Luiza colocou, se você estiver ainda em dúvida, sua visão como historiado e como pessoa/leitor mesmo.
Beijos a todos!
P.S. Já estou amando isso aqui, o forum!
manah_almeida- Mensagens : 39
Data de inscrição : 06/06/2011
Idade : 39
Localização : João Pessoa - PB
Minha vez...
Primeiramente, gostaria de salientar que tanto minha visão de historiador, quanto a pessoal, se fundem em uma única conclusão: Catarina de Aragão não consumou seu casamento com o Príncipe de Gales, por vários motivos: primeiro; estamos tratando de uma jovem de 16 anos, inexperiente quanto a assuntos sexuais e que vivia sob proteção da mãe, a grande Isabel de Castela. Certamente, a esposa de Fernando de Aragão deve tê-la instruído quanto ao que devia ser feito, mas o que ela não contava era com o impasse que Cataria sofreria diante de seu noivo, Arthur. O jovem havia nascido de um parto prematuro e os relatos da época atestam que ele não era desenvolvido para a sua idade (15 anos), que mais parecia um menino e até agia como um, também inexperiente quanto à prática sexual.
Então vemos o desenrolar do casamento, com o rei e a corte a acompanhar o casal para se certificarem de que dormiriam juntos. Mas isso não significa nada. Vou dar um exemplo: em 1770, a Jovem Maria Antonieta de Habsburgo, com quase 15 anos, deixava o Sacro império e a proteção de sua mãe, a Imperatriz Maria Teresa, para se casar com o Delfin da França, Luís Augusto. Assim como com Catarina e Arthur, os dois foram levados para o leito conjugal pela corte e na manhã seguinte todo o palácio de Versalhes sabia que eles não haviam consumado o casamento. Mas, porque? Eis a maior prova que se aplica também a Catarina: não encontraram vestígios de mancha de sangue nos lençóis. Assim com Luís Augusto, acredito que Arthur era inconformado com seu corpo, afinal, Catarina de Aragão, em sua juventude, era uma beldade, tanto ou até mais que a própria Ana Bolena.
Sendo assim, os dois príncipes, com quase dois meses de casados, partiram para o castelo de Ludliow e ficaram os quatro meses restantes antes da morte de Arthur, separados. A justificatica... Arthur queria se recuperar da saúde, uma vez que Deus não o abençoara com uma boa, para poder equiparar-se a Catarina de Aragão e vencer a sua impotência. A mesma que o havia impedido de consumar o casamento na noite de núpcias e que o forçara a mentir para seus amigos que tinha "passado a noite na Espanha", pois é muito mais vergonhoso paro o homem, quanto mais para um príncipe, falar que compartilhara o mesmo leito que uma jovem e viçosa donzela, mas que não a tocou e nem correspondeu as investidas da mesma. Pior ainda seria ter um pai como Henrique VII e uma avó como Margaret Beaufort, que se soubessem disso, com certeza o humilhariam. Arthur não queria decepcionar sua família e seus amigos. Por isso mentiu. E o único homem que poderia afirmar ou não a virgindade da Infanta seria seu segundo marido, Henrique VIII. Mas percebam, que embora Henrique usasse desse pretesto para separar-se de Catarina, ele nunca, em momento algum, afirmou que a mulher de 23 anos com quem se casara em 1509 não era virgem quando a teve, nem mesmo ousou falar isso no julgamento.
E outra, como ja foi salientado, Catarina era uma católica fervorosa e certa de suas convicções e até o fim afirmou que era virgem quando se casou com Arthur e mesmo se não fosse, seu casamento era válido nas leis de Deus, pois no livro que se segue ao levítico na Bíblia, afirma que um homem tem por obrigação tomar como sua esposa a viúva de seu irmão. Catarina, uma árdua leitora das escrituras, com certeza sabia disso e não usou essa justificativa no processo se divórcio, pois além de ter em suas mãos uma dispensa emitida pelo papa Júlio II que autorizava o casamento sob qualquer circunstância, ela tinha certeza de que era virgem quando Henrique a teve e usou-se desse álibi. Pssoal, a rainha Catarina era uma mulher temente a Deus, ela jamais iria corromper sua alma por causa de uma mentira dessas. Não era típico da educação que recebera. Não era típico de Isabel de Castela, a católica.
Destarte, finalizo minha réplica com as mesmas palavra que Antonia Fraser disse a respeito de Catarina, em seu livro As seis mulher de Henrique VIII: leal, piedosa, corajosa e compassiva. É certo que não era uma santa, mas jamais seria uma
mentirosa. O único crime de Catarina de Aragão, se é que se pode chamar isso de crime, foi ter envelhecido antes de seu marido e não ter lhe dado um filho para pacificar o reino de Inglaterra.
Catarina de Aragão, Infanta de Espanha, Princesa de Gales, Rainha da Inglaterra. A viúva Virgem !
Então vemos o desenrolar do casamento, com o rei e a corte a acompanhar o casal para se certificarem de que dormiriam juntos. Mas isso não significa nada. Vou dar um exemplo: em 1770, a Jovem Maria Antonieta de Habsburgo, com quase 15 anos, deixava o Sacro império e a proteção de sua mãe, a Imperatriz Maria Teresa, para se casar com o Delfin da França, Luís Augusto. Assim como com Catarina e Arthur, os dois foram levados para o leito conjugal pela corte e na manhã seguinte todo o palácio de Versalhes sabia que eles não haviam consumado o casamento. Mas, porque? Eis a maior prova que se aplica também a Catarina: não encontraram vestígios de mancha de sangue nos lençóis. Assim com Luís Augusto, acredito que Arthur era inconformado com seu corpo, afinal, Catarina de Aragão, em sua juventude, era uma beldade, tanto ou até mais que a própria Ana Bolena.
Sendo assim, os dois príncipes, com quase dois meses de casados, partiram para o castelo de Ludliow e ficaram os quatro meses restantes antes da morte de Arthur, separados. A justificatica... Arthur queria se recuperar da saúde, uma vez que Deus não o abençoara com uma boa, para poder equiparar-se a Catarina de Aragão e vencer a sua impotência. A mesma que o havia impedido de consumar o casamento na noite de núpcias e que o forçara a mentir para seus amigos que tinha "passado a noite na Espanha", pois é muito mais vergonhoso paro o homem, quanto mais para um príncipe, falar que compartilhara o mesmo leito que uma jovem e viçosa donzela, mas que não a tocou e nem correspondeu as investidas da mesma. Pior ainda seria ter um pai como Henrique VII e uma avó como Margaret Beaufort, que se soubessem disso, com certeza o humilhariam. Arthur não queria decepcionar sua família e seus amigos. Por isso mentiu. E o único homem que poderia afirmar ou não a virgindade da Infanta seria seu segundo marido, Henrique VIII. Mas percebam, que embora Henrique usasse desse pretesto para separar-se de Catarina, ele nunca, em momento algum, afirmou que a mulher de 23 anos com quem se casara em 1509 não era virgem quando a teve, nem mesmo ousou falar isso no julgamento.
E outra, como ja foi salientado, Catarina era uma católica fervorosa e certa de suas convicções e até o fim afirmou que era virgem quando se casou com Arthur e mesmo se não fosse, seu casamento era válido nas leis de Deus, pois no livro que se segue ao levítico na Bíblia, afirma que um homem tem por obrigação tomar como sua esposa a viúva de seu irmão. Catarina, uma árdua leitora das escrituras, com certeza sabia disso e não usou essa justificativa no processo se divórcio, pois além de ter em suas mãos uma dispensa emitida pelo papa Júlio II que autorizava o casamento sob qualquer circunstância, ela tinha certeza de que era virgem quando Henrique a teve e usou-se desse álibi. Pssoal, a rainha Catarina era uma mulher temente a Deus, ela jamais iria corromper sua alma por causa de uma mentira dessas. Não era típico da educação que recebera. Não era típico de Isabel de Castela, a católica.
Destarte, finalizo minha réplica com as mesmas palavra que Antonia Fraser disse a respeito de Catarina, em seu livro As seis mulher de Henrique VIII: leal, piedosa, corajosa e compassiva. É certo que não era uma santa, mas jamais seria uma
mentirosa. O único crime de Catarina de Aragão, se é que se pode chamar isso de crime, foi ter envelhecido antes de seu marido e não ter lhe dado um filho para pacificar o reino de Inglaterra.
Catarina de Aragão, Infanta de Espanha, Princesa de Gales, Rainha da Inglaterra. A viúva Virgem !
Última edição por Renato Drummond em Qui Jun 09, 2011 4:58 pm, editado 1 vez(es)
Re: Catarina de Aragão
Pois é Renato.
Acho que é exatamente isso. Você levantou todos os pontos críticos e não há como argumentar contra o claro e óbvio.
Catarina era Virgem. Tanta a consciência e a sua educação quanto a falta de sangue para comprovar e a "mudez" de Henrique sobre esse assunto são taxativos.
Realmente, uma Rainha e pessoa admirável, tanto que até hoje seu túmulo nunca está sem flores.
[LINK RETIRADO. LER AS REGRAS.]
Acho que é exatamente isso. Você levantou todos os pontos críticos e não há como argumentar contra o claro e óbvio.
Catarina era Virgem. Tanta a consciência e a sua educação quanto a falta de sangue para comprovar e a "mudez" de Henrique sobre esse assunto são taxativos.
Realmente, uma Rainha e pessoa admirável, tanto que até hoje seu túmulo nunca está sem flores.
[LINK RETIRADO. LER AS REGRAS.]
manah_almeida- Mensagens : 39
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